Vacina contra o HPV, mitos e verdades

Muitas pessoas ficam receosas quando o assunto é vacinação contra o HPV, por causa de informações sobre o tema disseminadas principalmente na internet. Veja as principais dúvidas esclarecidas por especialistas na área:

1 – A vacina contra o HPV pode causar paralisia?

Isabela Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica: “A vacina não causa paralisia. Milhões de doses já foram aplicadas no mundo todo há mais de 10 anos e não tem havido nenhum caso de evento adverso grave”, tranquiliza a médica.

“O que aconteceu em São Paulo foi uma situação de histeria e medo. Tudo foi investigado e a situação que aconteceu foi mesmo de estresse. Já vi uma menina desmaiar com a vacina de hepatite B. Não era por causa da vacina, e sim do estresse”, comenta a médica.

A especialista em cânceres ginecológicos e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, Angélica Nogueira, confirma a informação.

“Os casos que aconteceram no Brasil não tinham relação com a vacina. A imunização é segura e evita uma doença muito relevante. Esse mito tende a derrubar um benefício importante. Recomendo intensamente a vacina”, alerta a médica.

2 – A vacina pode causar efeitos colaterais? Quais?

Isabela explica que toda vacina pode causar efeitos adversos. “São bem raros, mas acontecem, a vacina contra HPV pode causar dor no braço e o local da aplicação pode ficar vermelho, inchado e um pouco quente. São eventos adversos esperados e comuns”.

Segundo a médica, os efeitos colaterais dessa vacina são bem mais fracos do que as de outras imunizações conhecidas e amplamente aceitas pela população, como a vacina contra difteria, coqueluche e tétano, que costuma causar febre. São eventos adversos leves e o que se quer prevenir são cinco mil mortes por ano e mais 15 mil novos casos de câncer de útero no Brasil, o que mais mata a mulher brasileira, além disso, se o câncer de colo de útero não for prevenido, a doença também pode causar infertilidade, alterações no útero, intestino e levar à morte. “No País é comum ser diagnosticada já em estágio avançado”, alerta a ginecologista.

3 – Basta uma dose da vacina para estar imunizado?

“Não é isso o que os estudos mostram. Uma dose não é suficiente”, alerta Angélica. “A maioria dos estudos diz que o ideal é tomar três doses”.

4 – A vacina protege contra qualquer tipo de HPV?

“Há dezenas de tipos de vírus HPV, mas essa vacina cobre os quatro principais tipos, os que mais causam câncer de colo de útero”, explica Angélica. “A vacina protege contra os tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero e os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais”, conta a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

5 – Tomando a vacina ainda é necessário usar preservativo?

Sim, é necessário. “O preservativo está indicado para prevenir várias doenças sexualmente transmissíveis (DST), como o HIV. A camisinha, no entanto, não protege 100% contra o HPV, já que não é necessário penetração para contrair o vírus”, explica Isabela.

6 – A vacina é feita com vírus vivos? Se a imunidade estiver baixa, é possível pegar HPV ao se vacinar?

“Não se pega HPV tomando a vacina do HPV. Ela é feita com uma cápsula do vírus, mas sem o vírus dentro. O organismo, com essa cápsula, entende que é o vírus e fabrica anticorpos contra ele”, explica Isabela.

7 – O que acontece com quem opta por não se vacinar?

“Não vacinar é colocar a vida em risco. O HPV é uma doença com 50% de letalidade, uma doença grave, 80% da população sexualmente ativa, ao longo da vida, se infecta com o HPV”, alerta Isabella.

FONTE: Sociedade Brasileira de Imunização; Publicado originalmente no saude.ig.com.br, por Elioenai Paes.

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